quinta-feira, 27 de outubro de 2011

SE


Se eu fosse um início não teria fim;
Se eu fosse um relógio estaria atrasado;
Se eu fosse uma bomba teria explodido;
Se eu fosse um céu seria nublado;
Se eu fosse um réu seria culpado;
Se eu fosse luz teria se apagado;
Mas se eu fosse tão inteligente estaria a seu lado.

Se eu fosse um beijo  seria único;
Se eu fosse olhos seria paranoicos;
Se eu fosse palavras seria insanas;
Se eu fosse um rei não teria palácio;
Se eu fosse guerreiro seria imortal;
Se eu fosse veneno seria letal;
Mas se eu não estivesse certo seria um deserto.

Se eu fosse um trem estaria partindo;
Se eu fosse um mago regeria os ventos;
Se eu fosse puro amor seria eterno;
Se eu fosse um quadro seria abstrato;
Se eu fosse um Sol seria eclipsado;
Se eu fosse um poeta seria pirado;
Mas se eu fosse um pouco mais lúcido teria te amado.

Se eu fosse uma estação seria verão;
Se eu fosse sonho seria alucinação;
Se eu fosse um passado seria um vulcão;
Se eu fosse teoria seria indefinida;
Se eu fosse lenda seria esquecida;
Se eu fosse noite seria bandida;
Mas se eu fosse um fim jamais seria assim.


terça-feira, 25 de outubro de 2011

BELAS


Desculpe-me se  não pude seguir o seu caminho;
Não tente entender como vivo;
Apenas procure entender o que digo;
Desculpe-me.

sábado, 22 de outubro de 2011

NÃO



Eu não preciso da poeira branca que lhe encobre;
Eu não preciso do seu beijo ácido;
Eu não preciso do seu corpo indecente;
Não vá pensar que sua ausência me faça descontrolar;
Pois não preciso de droga alguma que possa me acalmar;
Não quero que controle meus passos;
Não quero que siga meus rastros;
E não me venha dizer oque devo fazer;
Se você ainda não aprendeu a viver.

DIAS DO PASSADO E FUTURO

( non- sense)

Na porta quando vejo no céu longo escuro tempo sabemos que toda vida passa lágrimas ocultas da porta secreta que possa ela falar de psicodélicos no mar em dias de chuva jade ainda ande comigo dos astros dela que labirintos da desordem entram no último circulante poema é possível um anjo ocultar a morte do futuro eclipse  seja a essência do beijo na lua perdidos no espaço da loucura cilindros cibernéticos ocultará na escuridão gritos de pássaros em olhos metálicos de esquecimentos contínuos em total desiquilíbrio ela entenderá o céu em doces cogumelos  pelos ventos e mentes fúnebres do possível pássaro de espelho vermelho na miragem do último espaço da sorte jogado de hipnose em experiências de lixo sem firmamento vê-la entorpecida na história nublada com fogo na boca bem alto sobre a vegetação de sorrisos e músicas da face do vento da loucura azul adeus verão amigo da memória machucada tribo programada vou destruir as direções da contradição delírios no lugar diga-me poema da morte a terra extrema chega real nas chamas da salvação ressuscite a vida em noites de algodão veia perdida na terra vaga túnel de entranhas próxima frustração de sonhos explícitos chega minha criança estrada escura cidade fria trémulos espinhos na miragem cega deserto acabado esconde beijo transcendente fala o espírito nos dias do passado e futuro.

ADHD A VIAGEM

I
Todos estão ao seu lado;
Eles querem lhe mostrar tudo que está a sua frente;
Empolgados pela situação tudo parece ser tão simples;
Não existe outra coisa;
Um mundo limitado, mas real;
Na brisa de uma noite perdida;
Ou de um dia qualquer;
Num único momento;
Todos no mesmo rítimo;
Na mesma sinfonia;
De repente uma interferência...
Alguns canais se fecham;
O que houve?
Um tempo de silêncio;
Eles falam e não se pode mais ouví-los;
Eles vêem e não se pode mais vê-los;
Preso em algo desconhecido;
A distância alivia;
A mente se perde num longo caminho irracional;
Onde os sentidos se encaixam;
E todos detalhes são percebidos;
Minutos preciosos da vida;
Novamente quebrados pela realidade;
Eles já podem ser vistos;
Já se podem ouví-los;
Sob as estrelas da noite perdida;
Ou sob o Sol de um dia qualquer;
Um corpo inerte;
Uma morte externa;
Eles estão todos ali;
Eles querem que você saiba oque está acontecendo.

II

O corpo para;
Não existe situações;
Nem momentos;
Por vezes nem inspiração;
Não existe nada;
Apenas um silêncio indeterminado;
Apenas uma viagem;
De imaginação e delírios;
Preso em outros ideais;
Num outro sistema.










CAÇADOR DE ILUSOES


Os punhos cerrados;
Tornaram os sonhos vazios;
Os lábios calados;
Minaram os olhos vadios;
Os corpos molhados;
Afogaram vidas sofridas;
Nos planos traçados;
Em noites bandidas;
Nas diferenças das linhas ;
Idéias caçadas;
Na diferença dos objetivos;
Mãos trituradas;
Com a distancia dos corpos;
Fronteiras fechadas;
Com a fúria dos ventos;
Trilhas apagadas.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

DOMÍNIO ASTRÔNOMICO


Correndo em espaços vazios;
Anos e anos neste mesmo corpo;
Fugindo da luz de uma estrela já que se extinguiu;
A procura de um novo Sol para aquecer;
Vejo Orion, Alfa e Centauro;
Sistemas indefinidos de um passado remoto;
Vejo bocas, olhos e corpos eclipsados por um passado distante;
Segue a fuga da luz profunda;
Segue sem rumo perdido e confuso;
Como cometas astrais;
Perdidos no espaço sideral;
Dando voltas elípticas em torno de algo desconhecido;
O tempo é escasso pelos mundos em que passo;
E já se foram muitos os mundos passados;
Mas o caminho ainda é vasto;
Vejo Beta, Calipso e Capela;
Mundos distantes de um tempo em evolução;
Vejo silhuetas, mentes e idéias distorcidas pela matéria;
Conflitos de uma terra em desespero;
Rotacionando entre si;
Orion, Alfa e Centauro mundos egocêntricos;
Destruidores de pequenas estrelas;
Diga-me astros do egoismo;
Qual o seus planos?
Qual seus objetivos?
Se quiseres dominar é melhor aprender a amar;
Num caminho tortuoso pelo espaço tempo;
Cercado de buracos e eclipses ocultos;
Na estrela morta sua luz sobrevive;
Ela se reflete nas entranhas do cosmos;
E ofusca os mundos menores;
Alterando o tecido espacial;
Alterando eventos futuros;
Uma atração fatal...
O que há?
Existe uma luta entre o verde e o castanho;
Que um dia  você conheceu;
Vejo Beta, Calipso e Capela;
O que há?
Existe um caminho que eu poderia lhe mostrar;
O tempo ensina a quem se destina;
Quando o céu começar a chorar estrelas cadentes;
Aquele mesmo Sol que um dia nos aqueceu;
Ocultará sua luz de glórias e histórias trágicas;
E quando essa luz se sentir fraca e fragmentada;
Só assim ela entenderá;
Que o Sol em sua eterna harmonia;
Sempre domina com magia;
Neste infinito espaço astronômico.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

NO TETO DO CÈU parte2 FADADO A CAIR


Cheguei ao topo;
Toquei o céu;
Conheci o segredo;
Eu pude ver o outro lado;
Dilatei meus sentidos;
Dentro dos meus limites;
Deslizei no éter;
Ouvi a canção;
Leve e extasiado;
Minhas asas se ausentaram;
Agora fadado a cair;
Como será ter que recuar?
Num vôo quase que sego;
Numa descida tão brusca;
Como poderei me controlar?

domingo, 9 de outubro de 2011

A ONDA PERFEITA


No cenário secreto ela está lá;
Sozinha a me esperar;
No encontro esperado;
Conheço manhas e magias de te molestar;
Você aponta no horizonte;
Cresce e estoura para me impressionar;
E eu fico ali sem falar;
E você me chama e você me atrai;
E eu te espero;
Mas você não vem;
E eu vou até você;
E logo você cai sobre meu corpo;
E me envolve e eu me perco nas suas ondulações;
O vento sopra terral;
E aquela chuva cai sobre minhas costas;
Então você me mostra seu corpo;
Me mostra sus perfeição;
E eu remo... remo...
E você me eleva;
Vou colocar para baixo;
E bater de front!
E você cava e tenta me dominar;
Mas eu atraso e você me encobre;
E eu entubo no seu ventre;
E ouço você murmurar no meu ouvido;
Mas você quer mais;
E me faz correr até o lip;
E eu flutuo, vôo num floater;
Fecho os olhos e mergulho no seu íntimo;
Minha respiração para;
E por alguns instantes fico em êxtase;
Finalmente a superfície;
Vejo você sumir nas espumas;
E aparecer nos meus sonhos;
Mesmo cruzando mares;
Mesmo remando com as marés;
Você é divina;
Você é única;
No cenário secreto;
Este é meu point;
Este é meu surf;
Esta é minha onda.

IMAGINAÇAO


Neste espaço vasto;
Neste horizonte infinito;
Um olhar sob tensão;
Uma mente em expansão;
Silencioso e extasiado;
O mundo gira na mente que cria;
Liberto neste tempo parado;
A espera de um palco para encenar;
Pensamentos de um mundo;
Numa imaginação que voa, oscila, cria, destrói;
Fantasia sem que eu possa controlar;
Vão ao passado correm ao futuro;
Desenvolvem a história;
Guiam a trajetória;
Escolhem o final na vida irreal;
Quando os olhos se fecham e a mente se perde;
Existem coisas;
Existem falas;
Existem cenas;
Que eu posso imaginar;
Quando estes neurônios libertam seus demônios;
Não existem limites que eu possa parar;
Imagens em ação;
Neurotransmissores em constante excitação;
Libertam as asas da ficção;
Mergulhados em mares de ilusão;
Falta-me espaço em minha imaginação.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

MIRAGEM


Meus olhos trêmulos;
Minhas mãos frias;
Meu corpo inerte;
Minha mente carregada;
Busco resposta no nevoeiro em minha mente;
Perco meus sonhos nas curvas dos meus pesadelos;
Espinhos torturam meu corpo;
Rasgam minha alma,destroem minhas esperanças;
Incertezas formam minha estrada;
Decepções criam um deserto que esconde obstáculos;
Um túnel escuro a minha frente;
Só me resta esperar a próxima curva;
Corrida cega cercado pelo medo, pela dor e pelo desespero;
Receio descobrir que o amor é uma ilusão;
E que a próxima cidade após o túnel;
Se chame solidão.

CORES DA ALMA


Diferentes idéias em diferentes estilos;
Diferentes traços em diferentes direções;
Diferentes cores em diferentes tons;
Diferentes desenhos em diferentes formas;
Diferentes estilos em diferentes vidas;
Na mente uma idéia;
No pincel o contorno da alma;
Nas cores um sentimento;
Um desenho em busca de sentido;
Entre o belo e o ridículo;
Entre o domínio e o descontrole;
Diferentes telas;
Em diferentes mundos.

FACE OCULTA


Andando para traz;
Sorrindo tristemente;
Levando a vida como se leva um tombo;
Jogado como lixo nas esquinas do mundo;
Vou onde o destino sopra mais forte;
Em qualquer lugar;
Em todas as direções.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

NOITES BANDIDAS


O que vamos fazer esta noite?
Tão sozinhos e sem limites;
Tão livres e sem hora para voltar;
Na cidade caos não sabemos se vamos amar ou se vamos lutar;
As crianças estão todas loucas esperando a ajuda de algum estranho;
E pelo telhado negro que nos encobre;
A lua esconde os mistérios da noite;
Enquanto alguns dormem;
Outros morrem;
O que será de nós esta noite?
Tão expostos e frágeis;
Tão sob suspeita e vulneráveis;
Vamos rir ou chorar?
Vamos ouvir ou falar?
Mulheres despidas em noites bandidas;
Você quer ir ao céu?
Ou quer tomar um drinque no inferno?
A cidade caos não dorme;
Para que seus ilustres mutantes possam se exceder;
Venha garota se exceder nos confins da noite;
Venha dançar nos meus pensamentos;
Venha ser livre sem modos ou comportamento;
Nesta hora que alguns adormecem;
É a hora que outros aparecem;
Entorpecido no seu suor;
Talvez eu me sinta melhor;
Venha garota sem medo ou insegurança;
Se você quer saber oque há por traz destes olhos sombrios;
Venha penetrar neste disfarce vazio;
Não podemos mais fingir;
Garrafas vazias denunciaram nosso estado de embriaguez;
Meus caminhos tortos;
Nunca mais serão como aqueles olhos mortos;
E quando os poetas começarem sua redenção;
E a boemia acabar então;
Correremos até a alvorada;
Embriagados e assustados;
Atrás do último gole de ilusão.


MEU


Meus olhos;
Paranoicos olhos;
Meu sorriso;
Sem graça sorriso;
Meu mundo;
Distante mundo;
Você um dia ....
Seria capaz de me compreender?

sábado, 1 de outubro de 2011

A VIDA


E a vida surge num dia desses que você nem espera;
E cresce e pulsa e desabrocha que você nem percebe;
E ganha força e cria sonhos e toma partido e faz escolhas;
Evoluindo através da noite dos tempos;
Alguns vivendo tudo em tão pouco;
Outros existindo e não mais vivendo;
Eis a diferença de alguns poucos e de muitos outros;
Viver e conhecer, sobreviver e esperar morrer.

O QUE FALTA?


Falta viver um mundo que é de poucos;
Respirar a poesia que já foi de outros;
Falta entrega de tudo que se pode doar sem medo de errar;
Falta fúria, sede e emoção no  ato que se vive; 
Suor no corpo que se exalta;
São mãos, dedos, unhas e corpos que não se adentraram;
Peles que não se marcaram;
Falta enlouquecer os sentidos e enterrar a inércia;
Quebrar as regras e esquecer todo o resto;
Falta explosão na mansidão;
Delírio no lugar da razão;
Falta a perda do controle, o fim do pudor;
Falta a respiração ofegante e os músculos exaustos;
Falta retorno;
Falta resposta;
Falta desejo;
Falta fluidez no sentido que o vento sopra.

O ÚLTIMO DOS POEMAS


Que o passado se torne apenas uma lembrança;
Que seus rastros não me sigam mais durante a vida;
Que seja o último momento de hipnose, e que a lucidez me tome por completo;
Que sua boca se cale diante da minha angustia, mesmo que não possa mais ouvir suas palavras;
Que o feitiço do seu beijo se quebre, ainda que eu fique abalado;
Que aquele doce sorriso se desfaça em minha memória;
Que o amor que já se perdeu em algum lugar, não volte mais mesmo que não esteja acabado;
Que sua essência não se transforme em delírios;
Que o convívio com os meus delírios seja um pouco mais suportável;
Que esse seja o último dos poemas;
E que a inspiração que me vem ao momento não se vá;
Pois a história se acaba;
E um novo futuro aqui começa.

UM POSSÍVEL PASSADO


Um possível passado;
Um caminho imprevisível de êxtase e loucura;
Um deserto vasto e abstrato soa o eco de gritos na escuridão;
Um grande sonho que me traz o desiquilíbrio e a glória;
Sob o céu azul vejo a miragem tornar-se realidade;
Um grande labirinto;
Um amor perdido;
Uma frustração explicita;
Chega de doces sorrisos e pequenas traições;
Uma face marcada os olhos queimam;
As chamas o torturam;
Vejo a loucura em seus olhos;
Um caminho que me traz a mente;
Uma possível lembrança de um possível passado.