I
O tempo me faz cansado, e os anos se passam;
Os sentidos não são mais os mesmos;
Mas os corpos celestes continuam em seus destinos;
O tempo age sobre nós e minha face se altera a cada dia;
O astro rei nos ilumina e me faz enxergar sua áurea;
E logo vejo seu olhar cada vez mais distante;
Eu posso entender seus movimentos, mas você não mais;
Esferas gigantes giram no espaço sideral;
Sustentadas no vácuo;
E eu mesmo apoiado não posso mais andar;
Envolvidos num campo magnético;
A atracão me aprisiona e me faz refém;
No movimento dos astros tudo continua como no começo;
O tempo não para e não deixa de passar;
Metade da luz já se foi e sua visão ainda é limitada;
Não assine sua sentença;
Olhe para o céu e veja o espetáculo;
Os astros se alinham , se acasalam num momento único;
O seu tempo não é como o deles;
Olhe o eclipse;
A sombra já lhe encobre;
O último raio de luz se foi;
Os astros se alinharam a penumbra nos cobriu;
Eu pude entender e agora sei oque fazer;
Você nem quis saber e agora a noite invadiu o dia;
Você não pode me ouvir;
Você não quis me seguir;
Você pensou que não era real;
E não contou com o eclipse total.
II
Mesmo sob luz;
Meus olhos se pesaram diante de imagens do passado;
Mas ainda posso vê-la;
E você não consegue me entender;
No princípio era apenas uma atração;
Assim como o astro maior sobre o menor;
Na inércia de idéias e na ausência de sentidos;
O tempo passa e você continua a mesma;
No movimento dos astros;
Sua visão é tremula e incerta;
Sua contradição é sua sentença;
E mesmo assim você não percebe que o tempo é curto;
Na escuridão parcial;
Vejo seu mundo girar em torno de si;
Oh! Minha criança será sua doce inocência;
Ou sua pobre ignorância?
Olhe para a lua e veja o tempo que lhe resta;
Sua beleza é ofuscada pela sua incerteza;
Olhe adiante e procure o verdadeiro sentido das coisa reais;
Veja oque atrás da sombra que lhe encobre;
Pois assim como a terra encobre a lua;
O material encobre o espiritual;
Num eclipse total.